Mas e se eu começasse a falar?
A bagunça de silêncio que existe dentro de mim ficaria quieta?
Eu valorizo o silêncio, por isso nada falo.
E eu gosto assim, da plenitude do rosto de quem não tem nada pra falar. No silêncio não há fala?
Acho que é engano.
Eu valorizo o silêncio, por isso nada falo.
Mas meus pensamentos gritam.
Às vezes se revoltam, se aquietam e voltam a agitar-se. E é isso que eu faço com o mar de silêncio.
Afogo, até vir a calmaria.
Às vezes ela não vem. Vem o tsunami
As palavras saem da minha boca sem controle
E mesmo assim, para os outros, eu sinto que eu continuo em silêncio
Por isso, guardo para mim
Guardo para mim coisas tão obscuras que talvez se eu contasse eu seria ouvida
Eu valorizo o silêncio, por isso nada falo Eu me encaixo no silêncio e fico lá Quanto tempo for preciso
Mas e se um dia eu gritar?
Gritar o mais alto que eu puder?
Giovanna Thimoteo, 16 anos, Escola Edem. Escrevo para me expressar, impor sentimentos, seja eles positivos ou negativos. Justificando a escrita desse texto: Vejo a arte muito relacionada a questões políticas, e eu, como carioca no mundo atual, estar indignada com o governo é rotina. E se não expor todos esses equívocos aos direitos humanos isso vai continuar sendo absorvido. Escrevo pra não explodir, escrevo para deixar marcado todos os absurdos, escrevo para não esquecerem. Toda a forma de expressão é válida, também me identifico com desenho e teatro. Image created by author.